Recém egresso da Agronomia (UFRGS, 1982), Claudio inicia suas atividades como agrônomo-trainee já em 1983 na FLOSUL, empresa de base florestal com Eucaliptos localizada em Capivari do Sul, no litoral norte do RS.
Ali encontra, além das florestas de Eucalipto muito bem adaptadas à região e com boas produtividades, uma indústria de tratamento de madeiras em autoclave já operando com a melhor tecnologia da época, além de uma unidade de Serraria pioneira no desdobro de Toras de Eucalipto e que logo se tornaria uma referência nacional neste setor. E suas florestas, por propósito e função de suprimento destas duas unidades industriais da empresa, foram sendo voltadas ao “sistema de manejo multiusos ou usos-múltiplos da floresta, entregando Toras e Postes de Eucaliptos”.
Cabe destacar que ainda nos anos 80, Claudio passa a coordenar as atividades florestais da FLOSUL, na estruturação e planejamento do Setor Florestal, uma vez que a Serraria experimenta fases de grande crescimento de sua produção – que começara suprindo apenas o setor de móveis estofados no RS (madeira não aparente) e, com o aumento da demanda por Toras exigindo um suprimento sustentável desta nobre matéria-prima, as “florestas da empresa em regime de manejo multiusos para produtos sólidos de madeira” seguem atendendo bem esta cadeia de negócios da madeira serrada.
Nos anos 90, já por exigências de novos setores da indústria moveleira em âmbito nacional – com novos usos e aplicações da madeira sólida de Eucaliptos agora com “usos aparentes”, a FLOSUL firma parcerias com centros de pesquisa nacionais, com Claudio coordenando Projetos na Secagem e Tecnologia da madeira de Eucaliptos, tornando-se Gerente de Produção e Desenvolvimento da empresa. E a FLOSUL desenvolve produtos finais e cria marcas de Painéis Colados e Pisos de eucaliptos, com um forte trabalho de marketing e divulgação das potencialidades do Eucalipto e seus produtos derivados. Isto sem se distanciar do Setor Florestal, origem e base de sustentação da empresa, o qual já funcionava muito bem com planejamento e gestão formados na empresa, cada vez mais especializado e qualificando o seu “manejo florestal multi-produtos do Eucalipto”.
Ainda no final dos anos 90, a FLOSUL com seu manejo consciente e sustentável de suas florestas e por interesses mercadológicos – e fortalecendo o marketing dos Eucaliptos, desenvolve seu Sistema de Certificação de Manejo Florestal FSC (Forest Stewardship Council), sendo em 1998 a segunda* operação de florestas plantadas no Brasil a obter a Certificação Florestal FSC, e Claudio também como protagonista deste importante projeto.
E nos anos 2000, a FLOSUL re-estrutura toda sua gestão técnica-administrativa e, já com a Planetwood funcionando, Claudio continua até 2008 com funções exclusivas junto ao Setor Florestal da empresa, no planejamento florestal e na coordenação dos Programas da Certificação Florestal FSC.
Em relação ainda a Certificação Florestal FSC, nos anos 2000 em diante após a experiência pioneira na FLOSUL, coordenamos e ainda estamos participando de outras operações de certificações de manejo florestal em importantes empresas florestais do RS, assim como fizemos várias certificações de Cadeia de Custódia FSC em indústrias moveleiras, marcenarias e na cadeia do papel certificado em indústrias de embalagens e gráficas no RS e SC (vide nosso CV).
* a primeira no Brasil havia sido a Klabin/PR em 1997
A CERTIFICAÇÃO FLORESTAL FSC – Forest Stewardship Council
No final dos anos 80, em alguns países da Europa Ocidental, grupos de pessoas e algumas instituições (sem participação de Governos) com preocupações com os crescentes desmatamentos que vinham ocorrendo no mundo, principalmente nas florestas tropicais, e também visando a continuidade e sustentabilidade da oferta de produtos de origem florestal, se organizaram e criaram o Conselho de Manejo Florestal (sigla FSC em inglês – Forest Stewardship Council).
Estes “grupos de interesse” na causa da “sustentabilidade e da boa origem” dos produtos florestais logo desenvolveram os primeiros padrões de trabalho (os Princípios e Critérios – P&C do FSC), com ampla abrangência sobre os aspectos sociais, ambientais e econômicos que envolviam as atividades florestais ao redor do mundo, buscando “diferenciar através de bons indicadores dos P&C do FSC” aquelas operações que se preocupavam com os devidos cuidados ambientais, as condições de trabalho nas florestas e as boas relações comunitárias aonde estavam inseridas, entre outros tantos indicadores. E assim poderiam “ser mostradas estas operações mais adequadas e com menores impactos sócio-ambientais” aos mercados consumidores de produtos de origem florestal, surgindo o “selo FSC” em produtos já em meados dos anos 90.
O Sistema FSC logo foi se difundindo e ganhando importância e uma maior visibilidade mundial, estando hoje presente em todos continentes com uma imensa área de manejo florestal certificada FSC, sustentando as suas Cadeias de Custódia de produtos FSC (FSC-COC). E em 1994, os P&C do FSC são ampliados e começam a ser aplicados também para as Plantações Florestais no mundo.
No Brasil, as primeiras Certificações FSC de manejo sustentado de Florestas Naturais ocorrem na Amazônia em 1995, e já em 1997 a Klabin/PR – Telêmaco Borba obtém a primeira Certificação FSC de Florestas Plantadas, seguindo em 1998 pela Flosul/RS – Capivari do Sul e, como já citamos, a experiência inovadora da Certificação FSC da Flosul em 1997-98 foi muito especial, na qual tivemos a honra de participar e coordenar na empresa. Depois disto as operações de Certificação Florestal FSC e de Cadeia de Custódia FSC não pararam de crescer no Brasil e hoje temos uma das maiores áreas de florestas certificadas do mundo, com suas cadeias de produtos e negócios oferecendo “produtos de origem ambientalmente adequados, socialmente justa e economicamente viável”.
E assim a Consultoria PLANETWOOD, desde a sua origem e com as experiências adquiridas (vide CV das operações FSC nas quais participamos), tem foco e dedicação em promover e implementar sistemas de Certificação FSC para empresas e produtores florestais (e em Grupos de Produtores), assim como nos mais diversos segmentos industriais dos produtos de origem florestal através de suas Cadeias de Custódia FSC.
E o Sistema FSC vem otimizando e aprimorando seus Padrões – Princípios, Critérios e Indicadores, sistematicamente ao longo dos anos em seus diversos fóruns internacionais de discussões e nas Assembléias Gerais do FSC, trazendo cada vez credibilidade e visibilidade ao sistema e aos interessados na causa da sustentabilidade sócio-ambiental e econômica das florestas pelo mundo.
* as informações gerais e estatísticas do FSC, áreas e operações certificadas FSC no mundo e no Brasil, Padrões e Normas, podem ser buscadas nos Sites: fsc.org/en (Internacional) e no br.fsc.org/pt-br (Brasil)
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